Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf. Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são, inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8, 12-30; Heb 10, 5-10) (in Mensagem de sua Santidade o Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões de 2020)
E com esta certeza, que nos conforta, que nos guia, que nos ilumina, aproximamo-nos, mais uma vez, da celebração do nascimento de Jesus.
Esta é uma época de união, de recuperação de energias, de foco no essencial, de estarmos ligados porque juntos construímos caminho. Jesus nasceu e com ele fomos abençoados com o maior exemplo de Amor que alguma vez poderíamos ter sonhado. Um Amor sem limites, sem barreiras, “simplesmente” Amor. Amor ao próximo, Amor com o próximo.
E quando Jesus nasce todos os anos nos nossos corações, a terra volta a ligar-se ao céu. E porquê? Porque Jesus nasce de Deus, é Seu filho e vem concretizar a Sua vontade na terra. Jesus vem ligar corações, valores e tradições. Vem ligar-nos uns aos outros, vem ligar-nos a Ele, vem ligar-nos à vontade de O imitar no dia-a-dia. Também nos liga à ideia de que podemos ser simples e fazer coisas pequenas, mas que na imensidão de todas as coisas pequenas e simples, construímos coisas enormes, como um caminho que nos conduz ao céu. Na verdade, está tudo ligado como um círculo que não tem início nem fim: tal como Deus na história da humanidade.
Num ano de grandes desafios, de preocupações e de um distanciamento, imposto por uma pandemia que chegou sem aviso, de muitos dos que nos são mais queridos, nada melhor do que a aproximação do Natal para nos continuarmos a pôr ao dispor daqueles que mais precisam de nós. Que nos façamos presentes, mesmo que das formas mais criativas; que nos inspiremos em Jesus e na sua infindável capacidade de Escutar, Olhar, Dar Gratuitamente, Amar. E, estando ligados, tudo parece mais fácil porque nos tornamos mais fortes na ação: sentimos compaixão e somos amparo, sentimos confiança e levamos ânimo, sentimos esperança e somos conselho e tudo se liga desinteressadamente, mas com uma mesma meta, a vontade de nos ligarmos com permanência a Jesus.
Desejamos um Advento inspirado numa profunda entrega, confiança, fé, alegria, e que continuemos a fazer o caminho em família. Vamos ligar-nos a Jesus e aos outros, de maneira a que a terra e os céus sejam um só e que este tempo seja para todos um caminho de esperança e união.